Saiba mais sobre Resultados financeiros - Finsiders Brasil https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/ Sua principal fonte de informação sobre o mercado de fintechs no Brasil, com reportagens exclusivas, análises e tendências. Mon, 24 Feb 2025 19:26:23 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://uploads.finsidersbrasil.com.br/2024/01/cropped-ASAS-32x32.png Saiba mais sobre Resultados financeiros - Finsiders Brasil https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/ 32 32 “Em algum momento, vamos ficar sem brasileiros”, diz Vélez, do Nubank https://finsidersbrasil.com.br/negocios-em-fintechs/em-algum-momento-vamos-ficar-sem-brasileiros-diz-velez-do-nubank/ Mon, 24 Feb 2025 19:17:16 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=325405 “Em algum momento, vamos ficar sem brasileiros – a menos que os brasileiros comecem a ter muito mais bebês”. A frase foi dita pelo presidente global do Nubank, David Vélez, durante entrevista ao programa Nu Videocast – Prioridades para 2025, publicado no canal do YouTube do banco digital nesta segunda-feira (24/2). Vélez destacou que o crescimento contínuo no Brasil depende cada vez mais de aumentar o engajamento da base de clientes atual.

Com 60% da população adulta brasileira já utilizando o Nubank, a estratégia do banco digital é oferecer mais produtos e serviços para elevar a receita média por cliente. Segundo o Banco Central, no ano passado o Nu passou o Itaú em quantidade de clientes.

O foco para 2025 inclui crescer no segmento de alta renda e fortalecer sua investida beyond banking – de venda de viagens e telefonia móvel. “Não é só o segmento bancário que tem complexidades, esses setores também. Nossa missão é simplificar”, disse. Vélez foi direto ao falar sobre o desafio no segmento de alta renda: “Não temos uma fatia significativa da carteira. Somos usados como o cartão de crédito ou conta secundário ou, às vezes, até terciário”.

Outro destaque para 2025 é o crédito consignado. Em 2024, o Nubank registrou um crescimento de 650%, encerrando o ano com mais de US$ 1 bilhão em portfólio. No mercado de FGTS, o banco alcançou mais de 30% das novas originações e firmou contratos com diversas entidades estaduais.

Private banker para todos

Vélez também ressaltou o desenvolvimento do ‘AI Private Banker’, uma plataforma de Inteligência Artificial (IA) que busca oferecer serviços financeiros personalizados, especialmente para clientes de menor renda. ‘A ideia é dar a experiência que o 1% mais rico tem hoje para os 50% mais pobres’, disse.

O Nubank terminou 2024 com receita de US$ 11,5 bilhões, um aumento de quase 60%. A base de clientes subiu de 94 milhões para 114 milhões, e o lucro dobrou, alcançando quase US$ 2 bilhões. “Talvez sejamos uma das poucas instituições financeiras do mundo que conseguiram crescer quase 60% e, ao mesmo tempo, gerar um retorno sobre o patrimônio líquido de 28%”, comentou.

No México, o Nubank quase dobrou a base de clientes, chegando a 10 milhões de usuários. “Há mais de 120 milhões de habitantes no México, mas apenas 12% de adesão no cartão de crédito. É uma oportunidade incrível para o Nubank”, afirmou Vélez.

Para 2025, o banco pretende seguir crescendo na Colômbia e iniciar os primeiros passos para a expansão global, com a expectativa de anunciar uma estratégia pública até o final do ano.

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Dona da InfinitePay tem receita de R$ 2,7 bi e lucra R$ 339 milhões em 2024 https://finsidersbrasil.com.br/giro-noticias/dona-da-infinitepay-tem-receita-de-r-27-bi-e-lucra-r-339-milhoes-em-2024/ Tue, 04 Feb 2025 11:00:00 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=323428 A CloudWalk, dona da maquininha InfinitePay, informou que teve uma receita de R$ 2,7 bilhões em 2024, um salto de 67% em relação ao ano anterior. O lucro líquido triplicou, alcançando R$ 339 milhões. Segundo nota da empresa, isso foi “resultado direto do foco estratégico em Inteligência Artificial (IA) e blockchain“.

Em 2024, aproximadamente 50% da receita da CloudWalk veio de produtos lançados nos últimos dois anos. “Ampliamos nossa oferta de crédito inteligente, pagamentos instantâneos e negociação automática de preços. Paralelamente, observamos uma adoção significativa do Tap to Pay, que transforma smartphones em terminais de pagamento gratuitamente”, disse na nota Luis Silva, CEO e fundador da CloudWalk. A InfinitePay terminou o ano com três milhões de vendedores.

O ano de 2024 também marcou a estreia da CloudWalk nos Estados Unidos, com o piloto do Jim.com. O app projetado para micro e pequenos empreendedores utiliza IA, tap to pay e pagamentos instantâneos. A empresa planeja ampliar sua presença para outras regiões dos EUA no início de 2025.

InfinitePay com IA

De acordo com Luis, o crescimento da CloudWalk depende de um robusto ciclo de feedback que conecta diretamente os modelos de IA da companhia à InfinitePay. “Cada transação fornece dados cruciais de volta ao nosso pipeline de IA — abrangendo agentes, política de crédito, prevenção a fraudes e estratégias de crescimento”, disse.

Por trás da abordagem orientada por dados está a Stratus, plataforma de blockchain da CloudWalk. Projetada para processar 1,8 mil transações por segundo, tem compatibilidade com contratos inteligentes para executar tarefas financeiras avançadas, explicou a empresa, na nota.

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C6 anuncia lucro de R$ 2 bi e assistente de IA que ‘conversa’ com cliente https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/c6-anuncia-lucro-de-r-2-bi-e-assistente-de-ia-que-conversa-com-cliente/ Thu, 28 Nov 2024 19:42:51 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=318938 O C6 Bank, banco digital que tem como sócio o norte-americano J.P. Morgan, anunciou que atingiu lucro acumulado de R$ 2 bilhões em novembro. “Vamos superar essa marca até dezembro”, disse Philippe Katz, diretor financeiro do C6, a jornalistas reunidos na sede do banco nesta quinta-feira (28/11), em São Paulo. No primeiro semestre o lucro foi de R$ 969 milhões.

A instituição espera fechar 2024 com uma carteira de crédito de R$ 59 bilhões, crescimento em relação aos R$ 48 bilhões de junho. A alta vem de áreas estratégicas como crédito consignado, que atualmente representa 50% da carteira total. Philippe destacou a importância do mix de crédito com garantia, que hoje constitui 78% da carteira. Além do consignado também atua em crédito imobiliário e veículos. Sobre a inadimplência, a expectativa é de que continue em torno de 3%.

Segundo o diretor, a estratégia do banco digital para 2024 será pautada por um crescimento sustentável, mantendo a qualidade do portfólio. “Estamos consolidando nossa posição com foco na diversificação e no fortalecimento das áreas de negócios. A estratégia é equilibrar crescimento e controle de riscos para garantir rentabilidade e solidez no longo prazo”, afirmou.

Philippe Katz/C6 | Imagem: Léa De Luca

Além disso, a expectativa é de que a margem financeira continue em alta, apoiada por iniciativas internas de eficiência operacional e inovação tecnológica, como a integração de inteligência artificial em processos críticos. O banco também espera alavancar seus resultados com o aumento da principalidade dos clientes, incentivando o uso de múltiplos serviços e produtos financeiros.

Assistente inteligente

Durante o evento, o C6 não deu spoiler só dos números financeiros. O banco revelou ainda que a partir de segunda-feira, 2/12, começa a habilitar para seus 35 milhões de clientes o C6 Assistant. A nova ferramenta é uma solução de IA generativa que promete simplificar as transações bancárias. Gustavo Torres, responsável pela área de inovação e experiência do banco, acredita que a novidade será “um divisor de águas na interação entre clientes e serviços financeiros.”

O C6 Assistant estará disponível no aplicativo do banco e permitirá a realização de Pix, pagamentos de boletos e outras transações a partir de comandos simples, como “Pix de 100 para Marina”. A IA também é capaz de reconhecer informações de pagamento em fotos, arquivos ou textos copiados, integrando de forma fluida o ecossistema digital dos usuários com o app do banco.

“Estamos encurtando a distância entre o banco e os aplicativos que as pessoas mais utilizam. Seja via WhatsApp, e-mail ou redes sociais, o cliente pode compartilhar dados diretamente com o assistente, que processa as informações de forma segura e ágil”, explicou Gustavo.

Nos próximos meses, o banco planeja expandir as capacidades do assistente, incluindo funcionalidades voltadas para investimentos, para categorização dos gastos e e agendamento de pagamentos. Também vai ser possível dar comando de voz.

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Lucro consolidado de Inter, Nubank, PagBank, Stone e XP cresce 46% https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/lucro-consolidado-de-inter-nubank-pagbank-stone-e-xp-cresce-46/ Fri, 22 Nov 2024 21:19:00 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=318773 No terceiro trimestre de 2024, as cinco principais instituições financeiras digitais de capital aberto do Brasil – Inter, Nubank, PagBank, Stone e XP – registraram um lucro líquido ajustado de R$ 5,863 bilhões. O crescimento em 12 meses somou 45,7%. O avanço reflete a combinação de expansão das carteiras de crédito, maior eficiência operacional e rentabilidade.

O Nubank apresentou resultado de R$ 3,257 bilhões (considerando o dólar a R$ 5,5), seguido pela XP, com R$ 1,187 bilhão. PagBank e Stone alcançaram R$ 572 milhões e R$ 587 milhões, respectivamente. O Inter fechou o período com R$ 260 milhões, um avanço expressivo de 150% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior​. Os números do Nubank distoam do resto – o desafiante de 13 anos atrás virou praticamente um incumbente, embora ainda não tenha licença de banco.

Crédito

As carteiras de crédito cresceram significativamente no período. No Nubank, a alta foi de 97%, a US$ 5,7 bilhões (R$ 31,35 bilhões). O portfólio de recebíveis de cartão de crédito aumentou 33% na comparação anual para US$ 15,2 bilhões (R$ 83,6 bilhões). Segundo seu release de resultados, “o desempenho reflete o sucesso em equilibrar crescimento com rentabilidade, enquanto ampliamos nossa base de crédito de forma consistente”.

No PagBank, a expansão foi de 30%, alcançando R$ 3,2 bilhões, com foco em linhas de menor risco, como consignados e antecipação do FGTS. “Esse desempenho nos deixa confiantes para entregarmos o resultado esperado para o ano”, destacou em nota Artur Schunck, CFO do PagBank.

O relatório do Inter, por sua vez, ressaltou que “as linhas de FGTS e home equity lideraram a expansão, crescendo 77% e 54%, respectivamente”. Já a Stone superou sua meta anual de R$ 800 milhões, atingindo uma carteira de R$ 923 milhões. Isso signfica um crescimento de 30% em relação ao trimestre anterior. Somente a carteira de crédito ao consumo – Pix Crédito, BNPL e cheque especial – apresentou um crescimento de 52% trimestre a trimestre, ultrapassando R$ 500 milhões.

A rentabilidade foi outro destaque dessas instituições no período. No Nubank, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) anualizado foi de 30%, acompanhado por uma margem operacional ajustada de 31,4%. O Inter registrou um ROE de 11,9%, com crescimento em receitas de juros e serviços​.”A redução no custo de funding nos proporciona maior competitividade no mercado”, disse em nota Gustavo Sechin, diretor do banco.

Receitas

O Inter registrou aumento de 32% para R$ 1,7 bilhão nas receitas. Em nota, destacou que “o cross-sell eficaz e a hiperpersonalização contribuíram para ampliar as receitas de serviços”​.

Já o PagBank atingiu R$ 4,8 bilhões, um aumento de 20%, sustentado por um crescimento de 52% nas receitas bancárias. A Stone, que obteve receita de R$ 3,4 bilhões (+7%), destacou o aumento no volume processado em micro e pequenas empresas, que cresceu 20% e atingiu R$ 114 bilhões no trimestre. Na XP, as receitas somaram R$ 4,536 bilhões. “A diversificação da oferta tem sido um diferencial para ampliar a receita média por cliente e manter a liderança no segmento”, afirmou Victor Mansur, CFO da XP. Já o Nubank reportou US$ 2,9 bilhões (+56%), “impulsionado pela combinação de novos produtos e controle de custos”.

A eficiência operacional também cresceu. O Nubank informou que “o custo médio mensal por cliente ativo permaneceu abaixo de US$ 1, reforçando a alavancagem operacional do modelo de negócios”. A Stone alcançou uma margem EBT ajustada de 21,8%, enquanto o PagBank destacou que “a expansão no volume de depósitos reflete a confiança dos clientes na solidez da instituição”, segundo Alexandre Magnani, o CEO. No Inter, a estratégia de personalização ajudou a aumentar a fidelização, enquanto a XP apontou para uma base estável de custos administrativos como chave para manter sua margem operacional​.

Desafios

Mas apesar do desempenho geral positivo, as cinco instituições continuam enfrentando desafios em áreas estratégicas. O Nubank viu sua margem financeira líquida (NIM) cair 140 pontos base em relação ao trimestre anterior, chegando a 18,4%. O NIM ajustado pelo risco também apresentou queda, recuando 90 pontos base para 10,1%. Esse desempenho foi impactado por uma combinação de menor retorno em produtos de cartão de crédito e custos de captação mais elevados, especialmente nas operações no México e na Colômbia. Além disso, o índice de inadimplência acima de 90 dias subiu 20 pontos base, alcançando 7,2%.

A XP, por sua vez, reportou uma queda de 12% no Lucro Antes de Tributos (EBT, na sigla em inglês) em relação ao trimestre anterior, mesmo com um crescimento anual de 9% no lucro líquido ajustado.

Na Stone, enquanto os segmentos financeiros apresentaram expansão, a divisão de software permaneceu estagnada no trimestre, sem crescimento em receita. A Stone já anunciou a contratação de assessores para analisar e explorar potenciais alternativas para o negócio de software. A companhia não estabeleceu nenhum prazo, mas avalia que os objetivos de cross-sell de sua estratégia podem ser atingidos com uma parceria comercial, e não necessariamente com a operação e gestão desses ativos.

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Neon e Creditas fecham semestre no vermelho; C6 e PicPay lucram https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/neon-e-creditas-fecham-semestre-no-vermelho-c6-e-picpay-lucram/ Mon, 02 Sep 2024 20:23:16 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=310929 Enquanto as fintechs com ações listadas na bolsa aumentaram em 74% o lucro no primeiro semestre, no caso de quatro delas que ainda não têm capital aberto, os números vieram mistos no período.

O resultado da instituição de pagamento (IP) da Neon foi negativo em R$ 278,9 milhões, dificultando a meta de atingir o lucro ainda em 2024. A Neon publicou o relatório financeiro em seu site, mas ainda não fez a divulgação à imprensa.

Já a Creditas divulgou os resultados na quinta-feira (29/8), e também segue com perdas. Após um primeiro trimestre no azul, o prejuízo líquido ficou em R$ 13,6 milhões no semestre. Mas ambos vêm melhorando os indicadores, num momento em que as fintechs perseguem o caminho da lucratividade ou, no mínimo, do breakeven.

No lado oposto, C6 Bank reverteu o prejuízo em lucro, chegando a quase R$ 1 bilhão positivos. O PicPay também aumentou o resultado positivo na última linha do balanço.

Antes de detalharmos os números, vale fazer algumas observações. Os resultados de C6 e Creditas são ajustados, conforme as próprias companhias indicam em suas demonstrações financeiras.

Neon: prejuízo menor

Em busca do lucro ainda este ano, a Neon não chegou ao resultado positivo na primeira metade de 2024. De acordo com as demonstrações financeiras da instituição de pagamento do grupo (a Neon Pagamentos), a fintech apurou prejuízo de R$ 278,9 milhões no período. As perdas, porém, diminuíram entre um ano e outro – nos seis primeiros meses de 2023, somavam R$ 476,1 milhões.

No relatório da administração que acompanha os números, a Neon destaca que priorizou o crescimento sustentável e lucrativo dos produtos de crédito, além dos produtos já consolidados. Além disso, ampliou o relacionamento com clientes atuais e potenciais, assim como fez novos investimentos estruturais para ampliação do portfólio.

Segundo a empresa, houve esforços também em começar a originar crédito por meio da Neon Financeira, o que reduz o custo de funding. “As licenças da Neon Financeira (SCF) e Neon Pagamentos (IP) também permitiram maior independência operacional da Neon no que diz respeito a processos e serviços bancários para os clientes, também reduzindo substancialmente o custo operacional da companhia”, diz o texto.

De janeiro a junho de 2024, as receitas de intermediação financeira da Neon Pagamentos foram de R$ 512,2 milhões, alta de 22% ante igual período de 2023. Serviços no app, por exemplo, tiveram aumento de 71% na receita nesse mesmo intervalo, para R$ 29,1 milhões. Já as operações com cartões de débito e crédito geraram R$ 299,4 milhões em receitas, contra R$ 243,8 milhões um ano antes.

Já as despesas de intermediação financeira quase dobraram, na mesma base de comparação, chegando a R$ 302,8 milhões. As obrigações de empréstimos saltaram de R$ 22,8 milhões no primeiro semestre de 2023 para R$ 178,8 milhões em igual período deste ano.

Creditas: inversão de sinal

Depois do primeiro lucro trimestral de sua história, no período encerrado em março deste ano, a Creditas voltou a inverter o sinal. Considerando os números de janeiro a junho de 2024, a fintech de crédito com garantia teve prejuízo líquido ajustado de R$ 13,6 milhões. As perdas nem se comparam, claro, aos R$ 246,7 milhões negativos no primeiro semestre de 2023.

No relatório publicado em seu site, a Creditas diz ter iniciado em 2024 uma nova fase em sua história, com um “crescimento sustentável e lucrativo”. Porém, quando fala sobre lucro, a fintech se refere ao lucro bruto. Esse, sim, vem crescendo nos últimos trimestres. Na primeira metade de 2024, totalizou R$ 415 milhões, alta de quase 55% em relação a igual período do ano passado.

“Desde o final de 2023, operamos com fluxo de caixa positivo, permitindo autofinanciar o crescimento da empresa”, afirmou a Creditas no texto. A empresa diz que continua a construir uma “base sólida que gera lucros para reinvestir no crescimento futuro”. Já as receitas ficaram praticamente estáveis entre um ano e outro, atingindo R$ 980 milhões ao final do primeiro semestre.

C6: quase bilionário

Das quatro fintechs, o C6 foi o que apresentou o maior lucro líquido de janeiro a junho. O banco digital que tem o JP Morgan Chase como acionista registrou resultado positivo de R$ 969 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 285,3 milhões em igual período de 2023. A instituição já havia reportado o primeiro lucro de sua história de janeiro a março deste ano. Agora foi o primeiro balanço semestral no azul.

De acordo com o C6, o resultado é fruto da combinação entre expansão de receitas, controle de custos e estabilização da provisão para devedores duvidosos (PDD). “Em cinco anos, construímos um banco de varejo completo com receitas diversificadas e baixo custo que nos permite expandir exponencialmente nossa alavancagem operacional”, afirmou Philippe Katz, CFO do C6 Bank, em nota.

A receita líquida do banco atingiu R$ 4,15 bilhões nos seis primeiros meses do ano, alta de 57,4% em relação ao mesmo período de 2023. Uma das principais explicações para o resultado, informou o C6, foi a expansão e diversificação da carteira de crédito, que cresceu 25% entre um ano e outro.

Modalidades de crédito com garantia, como consignado (quase metade do portfólio) e financiamento de veículos, ajudaram a puxar os números para cima. A inadimplência para empréstimos com atraso de 90 dias ou mais ficou em 3,1%, ante 5,3% no primeiro semestre de 2023.

“Além de expandir a carteira de crédito, nós registramos um aumento expressivo na captação de recursos, depois de dar início a uma estratégia de diversificação de funding”, disse o CFO. A base de depósitos da instituição chegou a R$ 57 bilhões ao final de junho deste ano, contra R$ 34 bilhões no mesmo período de 2023. O C6 tem cerca de 30 milhões de clientes.

PicPay: lucro de R$ 61,8 milhões

Quem também vem numa trajetória ascendente na última linha do balanço é o PicPay. No primeiro semestre de 2024, a fintech da J&F registrou lucro líquido R$ 61,8 milhões. A cifra significa uma alta de mais de 24 vezes ante igual intervalo de 2023. O resultado também representou quase o dobro do lucro no ano passado inteiro (R$ 37 milhões).

Em nota, Eduardo Chedid, CEO do PicPay, diz que os números reforçam o compromisso da empresa com o crescimento aliado à rentabilidade. “A melhora na qualidade dos nossos números e a consolidação das novas avenidas que construímos nos levaram a mais um grande desempenho”, afirmou.

Nos seis primeiros meses do ano, a receita total do PicPay alcançou R$ 2,4 bilhões, um incremento de 50% em relação ao mesmo período de 2023. Dando sequência à estratégia de diversificação, a fintech expandiu novas avenidas de crescimento, como crédito e adquirência, assim como seguiu investindo em cross-sell de produtos e serviços. De acordo com o PicPay, a receita média por usuário cresceu 40% no primeiro semestre, para R$ 35.

Segundo a empresa, a carteira de crédito – que avançou 62%, para R$ 6 bilhões – foi um dos principais fatores da diversificação de receitas. Os produtos com garantia representaram quase metade (47%) do portfólio, mas 68% do volume originado no primeiro semestre. A inadimplência de 15 a 90 dias ficou em 3,94% ao final de junho.

Além de ampliar as receitas, o PicPay notou uma melhora na eficiência operacional no primeiro semestre. Nesse sentido, a relação de custos e despesas sobre receita total passou de 98,7% ao final de junho de 2023 para 76,8% no mesmo intervalo deste ano. Conforme o PicPay, isso indica um “controle mais eficiente dos gastos”. Atualmente, o super app totaliza mais de 36 milhões de clientes ativos, base que cresceu 10% entre um ano e outro.

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Lucro de Nubank, XP, PagBank, Stone e Inter aumenta 76% em um ano https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/nubank-xp-pagbank-stone-e-inter-veem-lucro-crescer-74-em-um-ano/ Wed, 21 Aug 2024 14:15:00 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=309751 O lucro líquido de Nubank, XP, PagBank, Stone e Inter – as cinco fintechs brasileiras que são independentes de conglomerados de grandes bancos e têm ações negociadas em Bolsas – cresceu 76% em um ano. A soma dos resultados obtidos pelas cinco no primeiro semestre deste ano atingiu R$ 8,8 bilhões. Considerando apenas o segundo trimestre, os lucros totalizam R$ 4,9 bilhões – o que significa uma alta de 71% em relação ao mesmo período de 2023.

O último do grupo a divulgar os resultados, nesta quarta-feira (20/8), foi o PagBank. O lucro líquido contábil do segundo trimestre foi recorde, de R$ 504 milhões. Isso representou um aumento de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) alcançou R$ 124,4 bilhões, impulsionado principalmente pelo segmento de micro e pequenos empreendedores. Segundo o balanço, eles representam 67% do total. Estimativas do mercado apontavam para um lucro liquido de R$ 491 milhões e um TPV de R$ 112,5 bilhões. Já o TPV da Stone, no mesmo período, ficou em R$ 109,3 bilhões.

“Temos conseguido equilibrar crescimento com rentabilidade. O crescimento da receita acelerou nos últimos trimestres e nossos investimentos na expansão dos times comerciais, ações de marketing e melhoria no atendimento ao cliente sem comprometer o crescimento dos lucros, dando fôlego para revisarmos para cima nosso guidance de TPV e de lucro líquido recorrente”, afirmou, em nota, Artur Schunck, CFO do PagBank.

Há desafios

Apesar dos bons resultados, relatórios de analistas do Itaú BBA, BTG Pactual e Bank of America (BofA) apontaram alguns desafios.

No caso do Inter, por exemplo – que teve seu quinto trimestre consecutivo de resultados acima do esperado – há uma dependência significativa da receita de serviços. O segmento cresceu 37% no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. A recente aquisição do Granito (InterPag), embora promissora, é vista também como um risco intrínseco. Afinal, a concretização das sinergias e o sucesso da integração dependem de fatores complexos e sujeitos a variáveis externas.

A Stone, por sua vez, viu sua margem diminuir em relação ao mesmo período do ano anterior de 58,1% para 53,9%. Segundo os analistas, a redução, apesar de pequena, pode indicar um aumento da pressão sobre as margens em um cenário de competição acirrada. Outro ponto a ser observado é a dependência do crescimento da Stone em relação à sua base de clientes bancários ativos, que atingiu 2,7 milhões.

O Nubank, com rentabilidade de 28%, registrou um aumento preocupante na inadimplência em 90 dias, alcançando 7%. Isso é um aumento de 70 pontos base em relação ao trimestre anterior. Esse aumento foi o maior da série histórica do banco. Apesar disso, as provisões para perdas com crédito diminuíram 4% em relação ao trimestre anterior e o custo do risco caiu para 15,5% da carteira de crédito, em comparação com 17,6% no primeiro trimestre.

Valor de mercado

A XP Inc. também apresentou resultados acima do esperado no segundo trimestre de 2024, com um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, representando um crescimento de 14% em relação a 2023 e de 9% em relação ao trimestre anterior.

O EBT (lucro antes dos impostos, na sigla em inglês) teve expansão de 43% em relação ao ano anterior, impulsionado por um crescimento de aproximadamente 20% na receita. A expectativa da administração da XP Inc. é de um segundo semestre de 2024 ainda mais positivo, com crescimento tanto em receita quanto em lucro líquido.

Em valor de mercado, o Nubank segue disparado na frente desse grupo: em meados de agosto, valia US$ 63 bilhões. A XP, segunda do ranking, valia US$ 11 bilhões. Stone e PagBank praticamente empatam em pouco mais de US$ 4 bilhões. Na lanterna do grupo, o Inter, com valor de US$ 1,6 bilhão.

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Lucro da Stone aumenta 54,4%, para R$ 497 milhões no segundo trimestre https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/lucro-da-stone-aumenta-544-para-r-497-milhoes-no-segundo-trimestre/ Wed, 14 Aug 2024 22:53:33 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=309251 O lucro da Stone aumentou 54,4%, para R$ 497 milhões no segundo trimestre. A receita total foi de R$ 3,2 bilhões, um crescimento de 8% ano a ano, enquanto o caixa líquido ajustado atingiu R$ 5,3 bilhões. Isso representou um acréscimo de R$ 117 milhões no trimestre e R$ 900 milhões no ano.

Segundo o release de resultados publicado no site da Stone, a receita de serviços financeiros foi o principal motor do crescimento, aumentando 10,6% a R$ 2,8 bilhões.

Já o volume total de pagamentos (TPV) cresceu 21,6%, chegando a R$ 126,1 bilhões, impulsionado pelo segmento de micro, pequenas e médias empresas (PMEs). A base desses clientes aumentou 30% na comparação anual, chegando a 3,9 milhões.

Crédito

As despesas administrativas recuaram 15,9%, totalizando R$ 255,5 milhões. Segun do a empresa, a responsável foi a normalização das provisões para remuneração variável, que haviam sido ajustadas no segundo trimestre de 2023. As despesas de vendas, por outro lado, aumentaram 27,4%, alcançando R$ 524,9 milhões, pelos maiores investimentos em pessoal, marketing e comissões de parceiros.

A carteira de crédito atingiu R$ 711,8 milhões no segundo trimestre de 2024, um crescimento de 3.704,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Vale lembrar que em 2022, após pesadas perdas em crédito no ano anterior, a Stone decidiu colocar o pé no freio, mas desde o ano passado voltou a emprestar.

A inadimplência acima de 90 dias, um indicador importante da qualidade da carteira, foi de 2,6%. Mesmo assim, a provisão para perdas de crédito diminuiu significativamente, passando de R$ 44,8 milhões no primeiro trimestre para R$ 18,1 milhões no segundo trimestre, à medida que a empresa ajusta suas provisões ao nível de perdas esperadas com o amadurecimento da carteira.

Em nota, Pedro Zinner, CEO da Stone, afirmou que a empresa “continua focada na execução de suas prioridades estratégicas, com o objetivo de construir um ecossistema completo de soluções para micro, pequenos e médios empreendedores no Brasil”.

A empresa praticamente encerrou o programa de recompra de ações aprovado em 2023, totalizando R$ 1 bilhão.

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Itaú, BB, Bradesco e Santander veem lucro e crédito crescerem, e calote cair https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/resultados-financeiros/itau-bb-bradesco-e-santander-veem-lucro-e-credito-crescerem-e-calote-cair/ Fri, 09 Aug 2024 14:00:00 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=308760 O segundo trimestre de 2024 foi mais do que bom para os quatro maiores bancos brasileiros com capital aberto. Apesar de as performances de Itaú, Santander e Banco do Brasil (BB) terem sido melhores do que a do Bradesco, o resultado foi positivo para todos. Os quatro viram seus lucros subirem em 12 meses, assim como suas carteiras de crédito. Os calotes, por sua vez, caíram.

O Itaú registrou um lucro líquido recorrente de R$ 10,1 bilhões. Isso é um aumento de 3,1% em relação ao primeiro trimestre e de 5,6% em comparação ao mesmo período de 2023. O do Bradesco atingiu R$ 4,7 bilhões, uma queda de 12% em relação ao primeiro trimestre. Mas, foi um crescimento de 4,4% em comparação ao segundo trimestre de 2023.

No Santander, o lucro totalizou R$ 3,3 bilhões no segundo tri, aumento de 10,3% em relação ao primeiro trimestre e de 44,3% em 12 meses. Já no BB o lucro líquido ajustado chegou a R$ 9,5 bilhões, crescimento de 8,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Esse resultado reflete a resiliência e a capacidade de adaptação dessas instituições, especialmente quando comparado ao lucro de R$ 12,1 bilhões no segundo trimestre de 2020, durante o ápice da pandemia da COVID-19”, diz Einar Rivero, sócia da consultoria Elos Ayta. A diferença entre os períodos destaca a recuperação robusta do setor bancário, que, em um período de apenas quatro anos, mais do que dobrou seus resultados trimestrais.

Historicamente, o lucro líquido e rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) desses bancos traçaram uma trajetória de crescimento com flutuações significativas em resposta a crises econômicas e ajustes regulatórios. A média do lucro líquido entre 2010 e 2024 foi de aproximadamente R$ 15,78 bilhões, com um desvio-padrão de R$ 5,18 bilhões, evidenciando a volatilidade no desempenho financeiro do setor.

De volta ao crédito

Entre os fatores que explicam o bom desempenho, o aumento das operações de crédito aliado à queda da inadimplência é um dos principais. E vem mais por aí: previsões apontam para um crescimento entre 7% e 12% das carteiras em 2024.

“Os bancos fizeram uma boa faxina no endividamento de pior qualidade e nas linhas com maior potencial de inadimplência. Essa faxina varreu o entulho mais pesado dos balanços, o endividamento e a inadimplência de pior qualidade”. A constatação foi feita pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney, durante evento em comemoração aos cinco anos da cadastro positivo realizado no dia 8/8.

No Itaú, a carteira de crédito totalizou R$ 1,254 trilhão em junho de 2024, um aumento de 4,7% em relação a março e de 9,5% em comparação a junho de 2023.

No Bradesco, a carteira de crédito expandida atingiu R$ 912,1 bilhões no segundo trimestre, representando um crescimento de 2,5% em relação ao primeiro trimestre e de 5% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A do Santander, que alcançou R$ 665,6 bilhões em junho de 2024, teve um aumento de 1,8% em relação a março e de 7,8% em comparação a junho de 2023. O banco destacou o crescimento de 17% do consignado e de 22% de veículos, em 12 meses.

No BB, totalizou R$ 1,183 trilhão, um aumento de 13,2% em relação a junho de 2023. O banco destacou o crescimento nas carteiras de pessoas físicas, empresas e agronegócio.

Alívio e lucro

O custo de crédito atingiu R$ 8,8 bilhões no Itaú, praticamente estável em relação ao primeiro trimestre, mas em queda em comparação com os trimestres anteriores.

As provisões para devedores duvidosos (PDD) totalizaram R$ 7,3 bilhões no Bradesco, revelando uma queda de 6,7% em relação ao trimestre anterior e de 29,3% em 12 meses. Em nota, o banco atribuiu essa redução à evolução da margem líquida e à melhora da inadimplência em todos os segmentos.

Já o Santander registrou R$ 5,9 bilhões em despesas com PDD no segundo trimestre, uma redução de 2,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024. O Santander destacou a redução do custo de crédito como um dos destaques do período.

No BB, essas despesas somaram R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre, queda de 8,6% em relação ao primeiro trimestre. Mas houve um aumento de 8,8% em comparação ao mesmo período de 2023.

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“Bancos fizeram faxina nos balanços, já existe espaço para dar mais crédito” https://finsidersbrasil.com.br/eventos/bancos-fizeram-faxina-nos-balancos-ja-existe-espaco-para-dar-mais-credito/ Thu, 08 Aug 2024 19:54:32 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=308742 Desde a pandemia, os bancos fizeram uma faxina nos balanços, se livrando do entulho – operações com alto risco e inadimplência. Agora, há espaço para crescer em crédito. A afirmação foi feita pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney, durante evento de comemoração dos cinco anos do cadastro positivo.

“Nós fizemos uma boa faxina no endividamento de pior qualidade e nas linhas com maior potencial de inadimplência. Então, quando nós olhamos, por exemplo, a evolução dos balanços dos bancos da pandemia para cá, nós podemos dizer que essa faxina varreu o que eu poderia chamar de entulho mais pesado dos balanços em termos de endividamento, de pior qualidade e de inadimplência de pior qualidade”, disse.

Isaac citou os recentes balanços do segundo trimestre de 2024. “Houve uma melhora qualitativa dos resultados dos bancos, uma aceleração consistente do crédito de forma até disseminada, e uma redução calibrada das provisões contra a inadimplência, que é um fator importante”, acrescentou.

O presidente da Febraban disse, ainda, que os bancos têm preservado seus níveis de capital e de liquidez, e que estão prontos para ampliar suas carteiras de crédito.

Crédito para famílias

Ele falou também em aumento da demanda do lado das famílias, que atribuiu a “um forte dinamismo do mercado de trabalho, com o avanço do emprego e da renda”. Segundo ele, o crescimento do crédito para as famílias está em 11,4% nos últimos 12 meses. “A outra boa notícia é que a procura é por linhas mais baratas, menos arriscadas e, portanto, isso faz com que a gente consiga ter também perspectivas melhores sobre a ótica das provisões”.

Do lado das empresas, Isaac disse que “aquele temor e aversão ao risco”provocado pelos casos da Americanas e da Oi se dissipou. Segundo ele, o crédito para as empresas está crescendo algo como 7,7% ao ano.

“Nós estamos no quinto mês consecutivo de crescimento do crédito. Não se via isso já há um bom tempo. Estamos com uma queda também consecutiva de vários meses do spread bancário e das taxas de juros bancários. E os bancos diminuíram as provisões”.

Isaac esteve no evento representando também a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF). A entidade é presidida por Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro.

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Bancos aumentam lucro em trimestre difícil para a economia real https://finsidersbrasil.com.br/noticias-sobre-fintechs/bancos-aumentam-lucro-em-trimestre-dificil-para-a-economia-real/ Fri, 17 May 2024 20:25:32 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=210047

Por que será que os Bancos aumentaram os lucros em um trimestre difícil para a economia real?

Banqueiro é aquela pessoa que empresta o guarda chuva pra você quando está sol, e pede de volta quando começa a chover.

Essa frase, de autoria atribuída ao escritor Mark Twain (há controvérsias…), se aplica perfeitamente ao que aconteceu no Brasil nesse último trimestre. Os bancos aumentaram lucros, apresentando resultados acima dos esperados, enquanto a economia real patinava. O IBGE acaba de divulgar aumento na taxa de desemprego em oito Estados. E atividade econômica recuou em março: 0,34%, segundo o IBC-BR do Banco Central. O volume de pedidos de recuperação judicial aumentou 4% no trimestre, atingindo mais de 4,2 mil companhias, segundo a consultoria RGF & Associados.

Com pessoas desempregadas, empresas vendendo menos e inflação alta, o que fazer a não ser pegar um empréstimo? Seja comprando no cartão, na esperança da vida melhorar no mês seguinte; seja contratando um crédito pessoal ou um capital de giro.

Queda da Selic?

Mas, tem mais. A queda da Selic também beneficia primeiro os bancos, para depois chegar na ponta. Ou seja, há um período em que os bancos aumentam os lucros. Além disso, o programa Desenrola permitiu às instituições recuperarem muitos dos créditos dados como perdidos. E, também, quanto mais digitais os bancos ficam, mais custos cortam. Ou seja, mais ganham.

O Nubank, que já está mais para bancão do que para fintech, foi um dos que registraram lucro maior no trimestre que passou, atingindo US$ 379 milhões. E uma das alavancas do aumento do lucro foram as receitas com empréstimo pessoal. A inadimplência aumentou também, mas não proporcionalmente, indicando que o Nu está cobrando muito pelos empréstimos, e pagando pouco pelos depósitos. O roxinho também se orgulha de dizer que seu custo é muito mais baixo do que a de um banco tradicional, com agências. Emprega apenas 5 mil funcionários para atender 100 milhões de clientes.

Os outros

Mas, não foi somente o Nu que se deu bem no trimestre anterior. O período foi particularmente importante para todas as principais fintechs do país. Dessas, as duas que ainda não haviam conseguido o “breakeven” conseguiram: C6 Bank e Creditas. Ou seja, elas também como os bancos aumentaram lucros.

E se foi bom para os menores, para os grandes, então, foi um passeio. Mesmo com custos mais altos. Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, as quatro maiores instituições brasileiras, apresentaram resultados melhores que o esperado pelos analistas. No consolidado, foi R$ 26,2 bilhões, 12% a mais em 12 meses. Já na Caixa, o salto foi ainda maior: 49%, para R$ 2,9 bilhões.

Conta salário

Para Gueitiro Genso, especialista em pagamentos e finanças – foi presidente da Previ e do PicPay – uma das explicações para a boa performance dos bancos grandes são os direitos de gestão de folhas de pagamento. Isso, as fintechs não conseguiram tirar dos “incumbentes”, nem mesmo com o advento da portabilidade.

“Somados, os cinco maiores bancos do Brasil têm cerca de R$ 15 bilhões de saldo a amortizar nas contas salário”, diz. Esse dado mostra que a estratégia de processar a folha de pagamento das empresas, especialmente dos Estados e municípios,  continua a ser muito importante para a estratégia de varejo dos bancos.

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