Finsiders Brasil https://finsidersbrasil.com.br/ Sua principal fonte de informação sobre o mercado de fintechs no Brasil, com reportagens exclusivas, análises e tendências. Mon, 17 Mar 2025 17:35:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://uploads.finsidersbrasil.com.br/2024/01/cropped-ASAS-32x32.png Finsiders Brasil https://finsidersbrasil.com.br/ 32 32 Crypto Investidor vende participação de 30% para a Transfero https://finsidersbrasil.com.br/giro-noticias/crypto-investidor-vende-participacao-de-30-para-a-transfero/ Mon, 17 Mar 2025 17:35:01 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326880 Empresa de soluções financeiras em blockchain, a Transfero acaba de anunciar que expandiu sua atuação no segmento educacional com a aquisição de 30% da Crypto Investidor. A plataforma é especializada em educação financeira e análise de mercado para criptoativos. Com essa investida, a empresa fortalece seu portfólio de produtos voltados para investidores do setor. Afinal, vai integrar conteúdos educacionais à sua plataforma de aprendizado, a Transfero Academy. 

“Estamos muito entusiasmados com esse momento, que representa um marco no desenvolvimento do mercado cripto no Brasil. Esperamos proporcionar um avanço significativo no acesso à educação financeira de qualidade”, afirma Márlyson Silva, CEO da Transfero. Segundo ele, a parceria irá proporcionar uma oferta mais ampla de materiais educativos e relatórios analíticos, atendendo de forma mais completa a comunidade de investidores. 

Cofundador da companhia, Márlyson substituiu Thiago Cesar no final de 2023. Na época, ele disse que entre seus desafios estavam a adequação a processos após receber licença para atuar como IP e a expansão dos negócios.

Já a Crypto Investidor, que conta com cerca de 6 mil cadastros ativos em sua plataforma, passa a ter acesso à infraestrutura e à base de clientes da Transfero. Dessa forma, ampliará a distribuição de seus cursos, relatórios e mentorias.

Em setembro, a Transfero revelou em primeira mão ao portal Finsiders Brasil que havia fechado uma parceria com o SaveBank, focado em impulsionar projetos sustentáveis na Amazônia. O objetivo é financiar cadeias produtivas na região.

A Transfero, empresa de origem suíça, entrou no varejo brasileiro em 2021. Antes, acumulava cinco anos de cinco anos de atuação no mercado B2B de ativos digitais — com impacto em 250 mil clientes diretos e indiretos. Sua entrada no varejo visou preencher um espaço das plataformas para atender principalmente os investidores iniciantes, que enfrentam mais dificuldade de lidar com diferentes mecanismos de transações do que, obviamente, os experientes no mercado de capitais.

*Jornalista, sócio e CEO da Ovo Comunicação.

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BC informa vazamento de mais de 25 mil chaves Pix da QI SCD https://finsidersbrasil.com.br/regulamentacao/bc-informa-vazamento-de-mais-de-25-mil-chaves-pix-da-qi-scd/ Mon, 17 Mar 2025 16:57:31 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326865 O Banco Central (BC) informou nesta segunda-feira o vazamento de dados pessoais vinculados a chaves Pix sob a guarda e responsabilidade da fintech de crédito da QI Tech, a QI SCD. De acordo com o BC, foram potencialmente expostos dados cadastrais ligados a 25.349 chaves Pix. Segundo o regulador, o incidente de segurança ocorreu devido a falhas pontuais em sistemas dessa instituição.

Em nota, o BC disse que não foram expostos dados sensíveis, por exemplo, senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário. “As informações obtidas são de natureza cadastral, que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras”, afirmou.

Em resposta ao Finsiders Brasil, a QI SCD confirmou o incidente, dizendo que a falha pontual foi “imediatamente corrigida”. Segundo a empresa, as informações expostas limitaram-se a dados cadastrais e não envolvem informações sigilosas. “Além disso, não permitem a realização de pagamentos ou transferências, nem o acesso a contas ou a outras informações de natureza bancária”, afirmou.

O vazamento de chaves Pix divulgado hoje pelo BC foi o primeiro caso do tipo em 2025. No ano passado, o regulador informou mais de dez incidentes de segurança desse gênero, envolvendo desde grandes bancos como Caixa Econômica Federal e BTG Pactual até fintechs como 99Pay, Qesh e SumUp. Desde o lançamento do Pix, foram 18 vazamentos. A lista completa está no site do BC.

Leia o posicionamento da QI SCD na íntegra:

“Cumprindo o princípio da transparência, informamos que alguns dados foram expostos devido a uma falha pontual, a qual foi imediatamente corrigida. As informações expostas limitaram-se a dados cadastrais e não envolvem informações sigilosas. Além disso, não permitem a realização de pagamentos ou transferências, nem o acesso a contas ou a outras informações de natureza bancária.

A segurança da informação é uma prioridade para nós. Reafirmamos nosso compromisso com a melhoria contínua, visando atender aos mais altos padrões de segurança e conformidade regulatória.

Por fim, permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos.”

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Com IA, bancos digitais embarcam de vez no WhatsApp https://finsidersbrasil.com.br/reportagem-exclusiva-fintechs/com-ia-bancos-digitais-embarcam-de-vez-no-whatsapp/ Mon, 17 Mar 2025 15:03:34 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326739 Unanimidade entre os brasileiros, o WhatsApp deixou de ser apenas um canal de atendimento para se tornar um ambiente transacional. Grandes instituições financeiras, bancos digitais e fintechs estão embarcando diversos produtos e serviços financeiros na plataforma, principalmente pagamentos e transferências via Pix.

Em 2018, quando o mobile banking correspondia a apenas 40% das transações bancárias no Brasil conforme pesquisa da Febraban com a Deloitte, dá para dizer que o WhatsApp entrou no radar das instituições financeiras. Naquele ano, o Banco do Brasil (BB) inaugurou o atendimento aos clientes pelo app de mensagens, movimento que depois foi seguido pelos demais grandes bancos. O crescimento desse canal, inclusive, levou a Febraban a monitorar esse tipo de transação nas últimas duas edições de seu estudo anual. 

A principal razão para o avanço do WhatsApp na estratégia de bancos e fintechs é o hábito de uso do consumidor brasileiro, que não vive sem o app de mensagens. Mas essa não é a única explicação. Os sistemas de integração da Meta, via APIs, também evoluíram nos últimos anos. A criação do Flows, no final de 2023, foi emblemática. Com o recurso, empresas podem construir experiências conversacionais nativas no WhatsApp, sem tirar o usuário do app. 

WhatsApp + IA

Segundo Guilherme Horn, chefe do WhatsApp para Brasil, Índia e Indonésia, bancos e fintechs perceberam que poderiam ir além do atendimento ao cliente e passaram a disponibilizar produtos diretamente pelo aplicativo. “A taxa de conversão no WhatsApp é muito mais alta que em qualquer outro canal. Há casos em que a conversão é 40 vezes maior”, diz o executivo, ao Finsiders Brasil

Em paralelo ao avanço das plataformas da Meta, nos últimos anos houve a disseminação dos modelos de Inteligência Artificial Generativa (GenAI), principalmente o ChatGPT, da OpenAI. Criou-se, assim, o cenário perfeito para o surgimento dos assistentes virtuais inteligentes no WhatsApp, que funcionam quase como um gerente de banco no modelo digital. 

Lançada no início de 2024, a Magie puxou essa corrida, com uma solução desenvolvida 100% via WhatsApp – a fintech não tem aplicativo próprio. Interagindo com a assistente digital pelo app de mensagens, o usuário consegue transacionar via Pix, fazer pagamentos de boletos e trazer o saldo de suas contas bancárias em outras instituições financeiras por meio do Open Finance. Além disso, a conta rende 100% do CDI diariamente. 

A Magie não tem autorização para operar como uma instituição financeira ou de pagamento. Portanto, hoje atua por meio de parceiros, como Celcoin (de Banking as a Service, BaaS) e Iniciador (plataforma de iniciação de pagamento e dados via Open Finance). A empresa estuda se tornar uma instituição regulada, diz o CEO e fundador, Luiz Ramalho.

De acordo com Luiz, a intenção da Magie não é competir com os bancos, mas ser uma solução complementar. “Nosso objetivo é capturar a interface e atenção do cliente. Com Open Finance, os produtos bancários se tornam mais ‘comoditizados’. Então, o diferencial será a experiência e o canal de interação”, avalia o empreendedor, ex-Goldman Sachs e Blackstone.

Confiança do cliente

Atualmente, a conversa com a Magie – por texto, voz e foto – possibilita basicamente realizar pagamentos e transferências. O perfil de usuário é quem faz bastante transações por Pix ou gosta muito de tecnologia. “A ideia é ir progressivamente para outras atividades financeiras, como crédito e investimentos”, diz o CEO. “O fato de ter nascido sem app, diferentemente dos demais bancos, faz com que sejamos forçados a deixar nosso gerente digital cada vez mais completo.”

Como o ambiente conversacional do WhatsApp ainda é uma modalidade de interação nova para transações financeiras, Luiz diz que há uma jornada de criação de confiança nos usuários. Tanto é que hoje a Magie não cobra pelos serviços. “Conforme tivermos a atenção e confiança do cliente, podemos incluir produtos próprios e de parceiros para monetizar. Mas agora nosso roadmap está mais orientado em funcionalidades para melhorar a experiência do cliente do que empurrar produtos pagos”, afirma o CEO. 

O empreendedor não abre números sobre o negócio, como os volumes financeiros movimentados ou o tamanho da base de usuários. “O que posso dizer é que já passamos bastante dos US$ 100 milhões em movimentações que divulgamos até meados do ano passado. E estamos com milhares de clientes”, diz. 

De olho na PJ

A Magie foi desenvolvida para pessoas físicas, mas também vem sendo usada por pequenas empresas. Esse comportamento levou a fintech a construir o que o CEO vem chamando de Magie PJ em posts no seu LinkedIn. “Ainda não posso dar mais detalhes, mas é um lançamento que faremos nas próximas semanas”, diz.

Enquanto a Magie começa a desbravar o segmento de empresas, o Jota nasceu justamente para atender micro e pequenos negócios. Criada em julho de 2024 e lançada oficialmente em janeiro deste ano, a fintech atende desde trabalhadores informais até empresas com múltiplos sócios, que faturam até R$ 100 mil mensais, diz o co-fundador Marcelo Leite. “O pequeno já faz pedidos e cobra pelo WhatsApp. Agora, pode também pagar e receber sem precisar abrir o aplicativo do banco.”

À frente do Jota, além de Marcelo, está Davi Holanda. Experiente executivo no setor de pagamentos, Davi foi diretor na PagSeguro (atual PagBank) e CEO e fundador da plataforma de BaaS Bankly, comprada em 2023 pelo banco BV. Já Marcelo começou a carreira em investment banking e, depois, trabalhou por cinco anos na startup de gestão empresarial Omie, onde Davi inclusive chegou a atuar por alguns meses em 2024. 

No futuro, crédito

Segundo Marcelo, hoje o Jota permite fazer pagamentos de Pix e boleto, por meio de áudio, imagens e texto. Além disso, é possível receber e cobrar por meio de QR Code via Pix. Tudo no WhatsApp – a fintech também não tem app próprio. Para operacionalizar os serviços, a empresa utiliza a infraestrutura bancária da Celcoin. 

Com IA, o Jota também já traz alguns insights para os clientes, como cálculos financeiros e relatórios de faturamento diário. “Ainda estamos no começo dessa parte de IA, vamos continuar evoluindo para combiná-la com a jornada transacional”, afirma ele. 

Entre as novidades no curto prazo, diz Marcelo, estão as funcionalidades de agendamento de transações e consulta de boletos. “Queremos que o Jota seja um braço direito do empresário, um assistente que executa tarefas automaticamente”, aponta. Para o futuro, o plano é incluir outros meios de pagamento, além de produtos de crédito, como antecipação de recebíveis. É com essa evolução que a fintech pretende ganhar dinheiro – hoje toda a interação com o Jota é gratuita. 

A “resposta” dos neobancos

Se Magie e Jota já nasceram no WhatsApp, alguns dos maiores bancos digitais do País também se renderam ao app de mensagens. Nos últimos meses, players como PicPay, C6 Bank e Nubank lançaram assistentes com IA Generativa no WhatsApp. O primeiro a anunciar esse recurso, no começo de novembro de 2024, foi o PicPay. Ainda naquele mês, o C6 divulgou o seu. E no início de dezembro foi a vez do Nubank.

De acordo com Danilo Caffaro, vice-presidente de Serviços Financeiros do PicPay, o assistente permite, por exemplo, que o cliente pague um Pix apenas encaminhando uma mensagem que tenha a chave Pix e o valor. Na prática, a IA treinada pelo banco digital entende contextos complexos, como uma foto de tabela de preços ou um áudio sobre despesas compartilhadas. 

Em relação à segurança, Danilo diz que a estratégia inicial do PicPay foi garantir a autenticação do usuário com biometria no aplicativo da fintech, e não dentro do WhatsApp. “A gente acredita que a percepção sobre segurança numa solução como essa é muito relevante para que isso decole”, afirma. Segundo ele, em breve a autenticação poderá ser feita pelo app de mensagens.

Conforme Guilherme, do WhatsApp, o app tem uma confiabilidade muito grande, o que justifica a adoção pelos brasileiros. “Um dos princípios inegociáveis do WhatsApp é ser simples, com segurança e privacidade”, diz. Na visão do executivo, a tendência é que mais bancos e fintechs levem produtos e serviços financeiros para o app. Mas isso significaria o fim dos aplicativos dessas instituições? “Alguns vão preferir usar o app; outros, o site; ou ir até a uma agência. Não temos intenção que os apps acabem.”

Para Guilherme, um dos principais desafios para bancos e fintechs adotarem o WhatsApp é a comunicação ser síncrona. Nesse modelo, por exemplo, o assistente não inicia um novo atendimento a cada interação com o usuário. A conversa tem um histórico, um fio condutor. “Todas [as empresas] já enxergaram que isso é importante. É uma característica que a gente chama de mindset conversacional. Mas colocar isso em prática é um grande desafio. Exige adaptação de processos.”

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Danilo Caffaro/PicPay Danilo Caffaro/PicPay | Imagem: divulgação Luiz Ramalho/Magie – Imagem: divulgação Luiz Ramalho/Magie | Imagem: divulgação Marcelo Leite/Jota Marcelo Leite/Jota | Imagem: divulgação Guilherme Horn/WhatsApp Guilherme Horn/WhatsApp | Imagem: divulgação
“Nunca quisemos competir com o Pix”, diz chefe do WhatsApp no Brasil https://finsidersbrasil.com.br/reportagem-exclusiva-fintechs/nunca-quisemos-competir-com-o-pix-diz-chefe-do-whatsapp-no-brasil/ Mon, 17 Mar 2025 11:30:00 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326643 A história do WhatsApp em pagamentos e serviços financeiros no Brasil já teve diversos capítulos. Talvez o mais emblemático deles tenha sido o “embate” entre o aplicativo de mensagens e o Banco Central (BC), às vésperas do lançamento do Pix, sistema de pagamento instantâneo criado pelo regulador brasileiro. O enredo culminou com a liberação, em fases, do WhatsApp Pay. Em março de 2021, foi a vez das transferências entre usuários. Dois anos depois, o BC autorizou o pagamento de compras pelo aplicativo de mensagens da Meta.

Corta para 2025, e o resumo da ópera é que o WhatsApp optou por adotar o Pix em vez de competir com ele. Em junho do ano passado, por exemplo, o app de mensagens incluiu o pagamento instantâneo como opção para transferências via WhatsApp Pay. Já em dezembro, liberou uma funcionalidade que permite ao usuário adicionar a chave Pix em seu perfil. São dois movimentos recentes que reforçam como os dois “queridinhos” dos brasileiros estão cada vez mais próximos.

“Nunca quisemos concorrer com o Pix”, enfatiza Guilherme Horn, chefe do WhatsApp para Brasil, Índia e Indonésia. O executivo, que completou três anos na empresa neste mês, reconhece que foi preciso ajustar a rota, em meio ao sucesso do Pix. “Demos uma ‘pivotada’. Começamos no mundo dos cartões de crédito, mas quando incluímos o Pix, percebemos o quanto a adoção foi boa”, revela ele, em entrevista exclusiva ao Finsiders Brasil no escritório da Meta (dona do WhatsApp), em São Paulo.

Na conversa a seguir, Guilherme conta como o WhatsApp caiu no gosto de bancos e fintechs como canal para a realização de transações financeiras. Há casos, inclusive, em que o app de mensagens se tornou a principal ou a única plataforma. O avanço da Inteligência Artificial (IA) Generativa impulsiona esse movimento, com assistentes que reconhecem texto, áudio e voz para fazer pagamentos. Em outras palavras, basta pedir para o “Zap” mandar um Pix, e pronto. E não só isso: instituições de diferentes portes já permitem que seus clientes contratem crédito ou renegociem uma dívida pelo WhatsApp.


Pix + Zap

Finsiders Brasil: Em serviços financeiros, o WhatsApp teve uma evolução nos últimos anos. Primeiro, houve o lançamento do WhatsApp Pay, a história com o Banco Central. E mais recentemente, a empresa acrescentou Pix como opção para transferências. Como está o WhatsApp Pay atualmente? Ele sobrevive?

Guilherme Horn: Fizemos uma “pivotada”, mesmo. Inicialmente estávamos focados no mundo dos cartões de crédito. Depois, incluímos o Pix – primeiro para negócios e depois para o WhatsApp Pay. A adoção foi muito boa, embora não possamos divulgar números. Com o Pix, encontramos o Product Market Fit [adequação do produto ao mercado]. Está funcionando bem e as pessoas estão usando. Nosso formato é prático – dá para gerar a chave Pix e mandar para os contatos. Mas o pagamento não acontece dentro do WhatsApp.

Finsiders Brasil: Num próximo passo, a ideia é que isso ocorra no app, por exemplo, com uma jornada de iniciação de pagamento?

Guilherme Horn: A evolução será a jornada sem redirecionamento, via Open Finance. Por enquanto, estamos testando, mas de uma forma muito low profile. Sempre buscamos entender o que é, de fato, importante para o consumidor. Um dos princípios inegociáveis do WhatsApp é ser simples, com segurança e privacidade. No fundo, para a gente, pagamento não tem o objetivo de ser uma nova área de negócio. O objetivo é completar uma jornada de compra e contratação de serviços pelo WhatsApp.


Plataforma transacional

Finsiders Brasil: Nos últimos anos, é possível perceber que o WhatsApp deixou de ser apenas uma opção de canal de atendimento aos clientes de bancos e fintechs para uma plataforma transacional. Afinal, o que explica essa mudança?

Guilherme Horn: Sua percepção está certa. Os bancos e fintechs enxergaram que o WhatsApp é uma plataforma aberta, nas mãos das pessoas, o tempo todo. E ele tem uma confiabilidade muito grande. Os vínculos mais relevantes do brasileiro estão no WhatsApp – família e amigos; é onde as questões importantes do dia a dia são discutidas. Isso tem um valor enorme para as instituições financeiras, que vivem de credibilidade. É um canal confiável, privado e criptografado. E você não precisa sair dele para acessar outros aplicativos. As instituições financeiras brasileiras viraram um benchmark para o WhatsApp no mundo todo.

Finsiders Brasil: Tem alguns exemplos? Quais são os principais produtos e serviços financeiros que as instituições disponibilizam no WhatsApp atualmente?

Guilherme Horn: Os cases aqui são referência, tanto pela intensidade de uso, quanto pela inovação. Só o Itaú tem mais de 80 casos de uso. O Banco Mercantil só faz captação de crédito pelo WhatsApp. A Magie, por exemplo, não tem nem aplicativo nem site. Outro caso interessante é a PilotIn, que é B2B2C e nasceu diretamente no WhatsApp, sem app próprio.


Banco sem aplicativo?

Finsiders Brasil: Para que acontecesse essa mudança na adoção do WhatsApp pelas instituições financeiras, houve alguma evolução nas tecnologias que o aplicativo oferece para as empresas?

Guilherme Horn: A API evoluiu muito, tanto em controles quanto em recursos. O Flows, por exemplo, é uma extensão da API, que algumas fintechs usam para incluir a senha na hora que o usuário vai fazer uma transação. Veremos mais casos de uso. E o que estamos percebendo, em todos os setores da economia, é as empresas usarem o WhatsApp para parte fundacional, no core business.

Finsiders Brasil: Você acredita que chegaremos a um ponto em que as principais instituições financeiras usarão o WhatsApp e não terão aplicativos próprios?

Guilherme Horn: É difícil imaginar isso. No mundo digital, você precisa oferecer todas as opções para o consumidor. Alguns vão preferir usar o app; outros, o site; ou ir até a uma agência. Uma das facilidades do mundo digital é ter várias formas de se relacionar. Não temos intenção que os apps acabem, esse não é nosso objetivo. Mas achamos que muita coisa dentro dos apps pode virar uma conversa.

Finsiders Brasil: Existe uma curva de aprendizado para as pessoas entenderem que é possível ter quase que um banco dentro do WhatsApp?

Guilherme Horn: Acho que é um processo. Da mesma forma quando surgiram os primeiros bancos digitais, muita gente questionava o fato de não ter agências físicas. Uma coisa é fato: se você pega o celular de qualquer pessoa, tem um monte de app que não usa há um tempão. Já a conversa é um meio muito natural para as empresas fazerem negócios.


Taxa de conversão

Finsiders Brasil: As empresas pagam para usar a plataforma do WhatsApp. Como fica a monetização, considerando que elas têm esse custo?

Guilherme Horn: Quando comparamos processos de contratação de crédito, que antes usavam call center, e-mail, SMS ou app, o WhatsApp tem uma taxa de conversão muito maior. Temos casos em que essa conversão é 40 vezes maior do que os demais canais. Então, tem muita margem. Um caso de uso que representa milhões de economia por dia para uma instituição financeira: confirmação de compras suspeitas com cartão de crédito presencial. Antigamente, o banco enviava SMS, e a pessoa ia ver a mensagem só à noite. Outro exemplo é a recuperação de carrinho abandonado.

Finsiders Brasil: Como qualquer tecnologia, o WhatsApp pode ter instabilidade ou ficar fora do ar. Qual o impacto disso para os bancos e fintechs que dependem desse canal?

Guilherme Horn: É interessante notar que, até hoje, foram pouquíssimos eventos desse tipo. Se compararmos quantas vezes os apps dos três maiores bancos ficaram fora do ar nos últimos dez anos com as situações em que o WhatsApp teve problemas, a diferença é impressionante. São muitos raros os casos [em que o aplicativo fica fora do ar].

Finsiders Brasil: Quais tendências você vê para a inovação em serviços financeiros?

Guilherme Horn: A Inteligência Artificial (IA) abre muitas oportunidades. Ainda vemos os serviços financeiros serem muito segmentados, ou seja, não é algo feito para você. Acho que a IA vai permitir um grau de personalização que é muito diferente do que existe hoje. E o Open Finance também está só no começo. Quando você junta as duas coisas, é uma mudança muito grande.

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BC e Fenasbac lançam programa de inovação aberta https://finsidersbrasil.com.br/inovacao/bc-e-fenasbac-lancam-programa-de-inovacao-aberta/ Fri, 14 Mar 2025 18:50:09 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326791 O Banco Central (BC) e a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) lançaram nesta sexta-feira (14/3) o LIFT Data, um programa virtual para estimular a inovação aberta. A edição inaugural da iniciativa focará em sustentabilidade. A ideia é incentivar a cooperação internacional e o uso de informações públicas para gerar impactos ambientais e sociais positivos. As inscrições vão até 13/4.

De acordo com o BC, o objetivo do LIFT Data é promover a cultura de utilização de dados públicos no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas à resolução de problemas no setor financeiro.

O tema da primeira edição do programa é “Dados para financiar e monitorar a sustentabilidade e a ação climática”. Serão três temáticas, alinhadas aos pilares centrais da COP30, que será no Brasil neste ano:

  1. Redução de emissões e transição para baixo carbono;
  2. Financiamento para adaptação, resiliência e justiça climática;
  3. Preservação de florestas e biodiversidade

Ecossistema Lift

O acordo de cooperação entre BC e Fenasbac existe desde 2018. O intuito é impulsionar a inovação financeira por meio do ecossistema LIFT, sigla para Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas. Além do LIFT Data, que chega para “expandir os impactos desse ecossistema” segundo o BC, há outros três programas:

  • LIFT Lab: desenvolvimento de soluções tecnológicas em estágio inicial para o mercado financeiro; 
  • LIFT Learning: focado em pesquisa aplicada com universidades brasileiras; 
  • LIFT Challenge: edição especial do LIFT Lab, com foco em desafios temáticos. Teve um ciclo específico para o desenvolvimento de casos de uso para o Drex

Live

No próximo dia 18/3, o BC fará uma edição especial do LIFT Talks em seu canal no YouTube para apresentar detalhes do programa e tirar dúvidas do público. O conteúdo será em português com legendas em inglês para que pessoas de diferentes países possam acompanhar.

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Em 2025, Pix ultrapassará cartão em pagamentos no ‘e-commerce’, diz Ebanx https://finsidersbrasil.com.br/estudos-e-relatorios/em-2025-pix-ultrapassara-cartao-em-pagamentos-no-e-commerce-diz-ebanx/ Thu, 13 Mar 2025 18:51:12 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326651 O Pix deve ultrapassar os cartões de crédito como o método de pagamento mais usado no Brasil para compras no e-commerce neste ano. A previsão é do Ebanx, a partir de dados do Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI), e faz parte do estudo anual “Beyond Borders 2025” da fintech de pagamentos.

“Previsões anteriores indicavam que ele ultrapassaria os cartões de crédito somente após 2026. Mas a intensa aceleração do Pix no ano passado antecipou esse cenário”, diz o estudo. Em janeiro, o Ebanx acreditava que os cartões de crédito continuariam sendo o método de pagamento líder no e-commerce em muitos países emergentes.

“Os cartões de crédito são relevantes para o comércio digital, e devem continuar crescendo, a uma taxa de 13% ao ano até 2027”, disse na época João Del Valle, CEO e cofundador do Ebanx. 

Adoção impressionante do Pix

Vários fatores contribuem para o volume online do Pix, além de sua impressionante taxa de adoção e preferência do consumidor. Do lado do comerciante, as transações Pix são mais rápidas – confirmadas cinco vezes mais rápido do que cartões de crédito, de acordo com dados internos do Ebanx). Também são mais baratas (a um custo médio de 0,22% por transação, contra 2,2% para cartões de crédito, de acordo com um estudo do BIS de 2022). E fornecem uma liquidação muito mais rápida, com fundos disponíveis para os vendedores no dia seguinte.

De acordo com dados do PCMI, a maior parte do volume online atual do Pix consiste em varejo online e serviços digitais. Essas modalidades incluem vários pagamentos, como impostos, licenças e taxas de entidades governamentais e privadas, gastos com educação online e apostas esportivas, entre outros. E são as duas maiores verticais do comércio digital no Brasil.

O Pix também tem uma participação de mercado significativa em viagens online, onde os consumidores geralmente obtêm descontos ao pagar com Pix. E, também, em aplicativos de transporte e entrega, onde o pagamento instantâneo substituiu o dinheiro para transações de baixo custo.

Para setores como streaming e SaaS, onde a maioria das transações são recorrentes, o Pix tem um volume menor. Mas isso deve mudar logo, segundo o estudo. O Pix Automático vai trazer uma nova base de clientes para esses serviços recorrentes, já que 20% dos usuários de pagamento móvel no Brasil não têm cartão de crédito, de acordo com o Statista Consumer Insights.

“O Pix Automático definitivamente vai sacudir as coisas e revolucionar o cenário, desbloqueando novos casos de uso que talvez nem sequer imaginemos ainda”, afirmou Leandro Carmo, diretor regional do Brasil no Ebanx.

O estudo estima que essa inovação possa movimentar mais de US$ 30 bilhões no comércio eletrônico nos próximos dois anos.

Cartões digitais

Embora o Pix tenha revolucionado os pagamentos digitais, os cartões de crédito continuam sendo um pilar do e-commerce. No Brasil, 41% do volume transacionado via cartões no comércio eletrônico já vem de bancos digitais e fintechs, segundo o Ebanx. Instituições como Nubank, Mercado Pago e C6 Bank têm atraído milhões de clientes com plataformas intuitivas, ausência de tarifas e programas de recompensas.

O crescimento desse segmento reflete a transformação do setor financeiro no Brasil, com uma migração crescente para modelos digitais. Segundo o Banco Central, a base de clientes de bancos digitais saltou de 25 milhões para 100 milhões em três anos.

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Nubank, Google Pay e Binance estão entre os apps financeiros mais baixados https://finsidersbrasil.com.br/estudos-e-relatorios/nubank-google-pay-e-binance-estao-entre-os-apps-financeiros-mais-baixados/ Thu, 13 Mar 2025 15:42:02 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326625 Os aplicativos de Google Pay, Nubank e Binance estão entre os dez apps financeiros mais baixados do mundo em 2024. O ranking é da Senso Tower e está no relatório anual “Mobile App Trends 2025”, da plataforma de analytics Adjust. Além do trio, a lista inclui a norte-americana PayPal e a indiana Paytm.

Em comparação com o levantamento de 2023, Nubank e Binance trocaram de posição um com o outro – o banco digital do cartão roxo perdeu a 6º posição para a corretora de cripto. O Google Pay, por sua vez, pulou do 4º para o 2º lugar.

Fonte: Senso Tower – informação no Mobile App Trends 2025/Adjust

De acordo com o relatório da Adjust, as instalações de aplicativos financeiros globalmente cresceram 27% entre 2023 e 2024. O maior aumento (41%) foi registrado na região Ásia-Pacífico. Na América Latina, as instalações de apps avançaram 29%.

As sessões – ou seja, o período em que os apps ficaram logados no celular – cresceram 24% no último ano. O maior aumento veio dos apps financeiros na Europa, com alta de 63% ano contra ano. Em seguida, aparecem as plataformas na América Latina, com elevação de 50%.

O levantamento mostra, ainda, que as sessões dos aplicativos de criptomoedas saltaram 45% em 2024, contra o ano anterior. Já os apps de pagamentos avançaram 29%.

A duração das sessões aumentou globalmente de 6,29 minutos em 2023 para 6,66 minutos em 2024. A América Latina ficou estável, com 5,48 minutos.

Super carteiras digitais

“Em 2025, as tendências a serem observadas incluem a expansão das super carteiras digitais, como AliPay e WeChat, para mercados além da China, como também o avanço dos pagamentos em tempo real, a evolução das experiências personalizadas impulsionadas por dados, e o papel crescente da Inteligência Artificial (IA) em análises preditivas”, disse em nota Fernando Cabral, diretor de Crescimento da Adjust na América Latina.

Ele destacou, ainda, a “ressurgência” das criptomoedas. Em sua visão, esse movimento “sinaliza uma mudança significativa no setor financeiro global, exigindo uma adaptação estratégica das empresas e dos consumidores”.

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CVM determina suspensão de oferta de tokens pelo Mercado Bitcoin https://finsidersbrasil.com.br/giro-noticias/cvm-determina-suspensao-de-oferta-de-tokens-pelo-mercado-bitcoin/ Thu, 13 Mar 2025 13:44:32 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326540 A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou na terça-feira (11/3), que o Mercado Bitcoin (MB) suspenda imediatamente a intermediação, compras e vendas de tokens de valores mobiliários. A determinação atinge ainda a realização de compras e vendas de tokens lastreados em fluxos financeiros, a partir de direitos creditórios. Segundo o regulador, o MB não tem autorização para oferecer esses produtos.

De acordo com a Deliberação CVM 896, a multa para o Mercado Bitcoin por descumprimento da determinação é de R$ 100 mil ao dia.

Em nota, o MB informou ao Finsiders Brasil que tem autorização da CVM para oferecer valores mobiliários como gestora, securitizadora e/ou plataforma de investimentos participativos (crowdfunding). “Após receber o ofício da CVM, o MB está em diálogo com o regulador numa busca conjunta da melhor solução para os apontamentos.”

Segundo o MB, o questionamento feito pela CVM se aplica exclusivamente a 11 tokens. São ofertas de renda fixa digital cujas negociações na plataforma já encerraram. “Todas as demais ofertas públicas ativas ou em lançamento permanecem inalteradas. Ou seja, os mais de 650 ativos do MB, entre produtos cripto, renda fixa e variável, seguem normalmente disponíveis para negociação na plataforma.”

Nova parceria

Na própria quarta (12/3) a Audax Capital anunciou oficialmente sua parceria com o MB para lançar TDICs (Tokens de Investimento em Direitos Creditórios). Os investidores poderão fazer aportes a partir de R$ 100 e escolher entre três opções de TIDCs. O grupo Audax concedeu mais R$ 4 bilhões em crédito, sendo R$ 700 milhões apenas em 2024, um salto de 162% referente a 2023. As operações são destinadas às pequenas e médias empresas, oferecendo soluções como antecipação de recebíveis, capital de giro, fomento à produção e crédito para agroindústria. 

O MB também tem autorização do Banco Central (BC) para atuar como Instituição de Pagamento (IP) emissora de moeda eletrônica. Assim, pode gerir contas de pagamento pré-pagas.

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Reg+ explica as mudanças no Cosif e os impactos da Resolução 4.966  https://finsidersbrasil.com.br/conteudo-de-marca/reg-explica-as-mudancas-no-cosif-e-os-impactos-da-resolucao-4-966/ Thu, 13 Mar 2025 11:00:00 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326386 O sistema financeiro brasileiro está passando por uma série de atualizações regulatórias significativas que visam melhorar a estabilidade e a transparência do mercado. Recentemente, houve a implementação de duas mudanças: a revisão do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif) e a Resolução 4.966 pelo Banco Central (BC). Ambas têm implicações profundas na maneira como as instituições financeiras operam e são reguladas. 

Reconhecendo a complexidade e a importância dessas mudanças, a Regulatório Mais organizará um webinar no dia 20/3, às 16h, em que especialistas discutirão em detalhes as alterações no Cosif e a Resolução 4.966. É uma oportunidade excelente para profissionais do setor aprofundarem seu entendimento sobre essas mudanças significativas. 

Mudanças

O Cosif é o backbone da contabilidade no setor financeiro brasileiro, garantindo que as instituições sigam um padrão uniforme na apresentação de suas contas. A revisão recente ampliou a estrutura de classificação de cinco para seis níveis. Assim, permite uma categorização mais detalhada e refinada de ativos e passivos.

Além disso, houve a introdução de novas rubricas relacionadas ao risco de crédito e ajustes a valor justo. Elas alinham o sistema contábil brasileiro mais de perto com os padrões dos International Financial Reporting Standards 9 (IFRS9). 

Essas novidades não são meramente cosméticas; elas refletem uma mudança substancial na filosofia de contabilidade, movendo-se de um modelo mais estático para um que é dinâmico e baseado no risco. Dessa forma, a implementação de tais mudanças requer que as instituições financeiras atualizem seus sistemas internos. E isso pode ser um processo tanto custoso quanto tecnicamente desafiador. 

Demais novidades

● Nova classificação dos ativos financeiros: os ativos financeiros são classificados em novas rubricas de acordo com o teste SPPJ (Somente Pagamentos de Principal e Juros) e o modelo de negócios da instituição que podem resultar em três categorias: custo amortizado, valor justo em outros resultados abrangentes e valor justo no resultado. Além disso, há uma classificação de acordo com os estágios de risco de crédito;

● Apropriação de receitas e despesas: passam a ser apropriadas conforme a TJE (Taxa de Juros Efetiva) da operação;

Stop Accrual: o reconhecimento de receitas e despesas será possível até 90 dias de atraso para operações classificadas como ativos problemáticos.

Implicações da Resolução 4.966

Paralelamente às alterações no Cosif, a Resolução 4.966 introduz novos padrões para o provisionamento de capital baseado em riscos. Esta resolução é parte do esforço contínuo do BC para implementar Basileia III no Brasil, focando em melhorar a qualidade do capital e a liquidez das instituições financeiras. A norma especifica os requisitos para o cálculo de capital regulatório adequado ao risco de mercado, crédito e operações. 

A Resolução 4.966 exige que as instituições financeiras realizem uma avaliação mais rigorosa e contínua de seus ativos, obrigando-as a manter uma reserva de capital proporcional ao risco que cada ativo representa. Isso implica uma necessidade de tecnologias de avaliação de risco mais sofisticadas e talvez um reforço no setor de compliance e gerenciamento de riscos. 

A principal novidade neste tema é o fim da abordagem de risco de crédito exclusivamente por dias de atraso, como previa a Resolução 2.682/99. Agora, passa a incorporar critérios prospectivos relacionados à perda esperada. 

Webinar discute tema em 20/3

Compreender estas mudanças e suas implicações é crucial para os profissionais do setor financeiro. Por isso, discussões detalhadas sobre como adaptar práticas de negócios e estratégias de conformidade são necessárias para manter a operação eficiente e em conformidade com as novas regulamentações

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Risco cibernético ganha “atenção especial” no BC https://finsidersbrasil.com.br/eventos/risco-cibernetico-ganha-atencao-especial-no-bc/ Wed, 12 Mar 2025 22:25:44 +0000 https://finsidersbrasil.com.br/?p=326585 A exposição ao risco cibernético tende a aumentar nos próximos anos, tornando-se um dos maiores desafios para o setor financeiro. O tema não só vem sendo acompanhado de perto pelo Banco Central (BC), como virou prioridade para o regulador. No início deste ano, o BC escalou uma equipe para monitorar os incidentes reportados pelas instituições. E o cronograma para o “Mapa de TI” está sendo acelerado. 

“A ideia é ter essa equipe dedicada para coletar informações, padrões de ataques e boas práticas para retroalimentar o ecossistema. Risco cibernético realmente é um assunto prioritário na alta administração do BC”, disse Jefferson Umebara Pelegrini, chefe da subunidade do Departamento de Gestão Estratégica e Supervisão Especializada do BC, durante o 2º Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes da Febraban nesta quarta-feira (12/3).

Uma das principais iniciativas do BC para mitigar esse tipo de risco é o “Mapa de TI”, um instrumento que fornece uma visão abrangente dos riscos tecnológicos e das medidas de segurança adotadas pelas instituições financeiras. O objetivo é identificar lacunas e fragilidades, permitindo um aprimoramento contínuo das medidas de proteção contra incidentes cibernéticos.

‘Mapa de TI’

Atualmente, o BC está concluindo um ciclo do mapa que cobre aproximadamente 70% das instituições supervisionadas. Inicialmente, a meta era atingir 100% até 2027, mas devido à urgência do tema, há um esforço para acelerar esse cronograma. Segundo Jefferson, o objetivo é que, até o início do próximo ano, a totalidade das instituições esteja contemplada, permitindo uma abordagem mais abrangente na prevenção e resposta a incidentes cibernéticos.

“No ciclo atual do mapa, que estamos desenvolvendo, demos ênfase a questões como uso de Inteligência Artificial (IA) e consumo de serviços financeiros por meio de APIs”, contou Jefferson. “Com base nesse mapa, a ideia é ter uma avaliação ampla do sistema e, assim, desenvolver um conjunto de ações de conscientização do setor”, disse. Segundo ele, o BC vem publicando alguns estudos e seguirá produzindo análises. “Também estamos planejando workshops com a indústria no médio prazo.”

De acordo com Jefferson, no quesito risco cibernético, hoje a maior parte dos incidentes no radar do BC decorre de falhas operacionais e de tecnologia. Nesse sentido, o regulador tem enfatizado a necessidade de a segurança cibernética ser uma preocupação corporativa, e não apenas da área de TI. 

“Temos monitorado alguns incidentes que resultaram em perdas financeiras de centenas de milhões de reais. No limite, eles podem comprometer a viabilidade de funcionamento de uma instituição. E essa preocupação passa a ter um foco sistêmico, dada a grande interconectividade que existe hoje entre as instituições”, disse. “São problemas como troca de certificado digital ou de um sistema relevante”, exemplificou.

Ações coordenadas

Para o porta-voz do BC, é preciso intensificar os esforços e ações coordenadas entre os participantes da indústria, em meio à sofisticação dos ataques cibernéticos e ao aumento do número de instituições no setor. “Temos uma mudança operacional significativa do sistema financeiro: um conjunto maior de instituições. E nesse processo todo de evolução, há uma interconectividade crescente entre os diferentes tipos de instituições, o que traz novas preocupações e resulta em riscos emergentes”, disse Jefferson.

No fim de 2024, o BC realizou o primeiro exercício para simular as respostas de instituições supervisionadas a crises cibernéticas. “Foi uma experiência positiva”, contou Jefferson. De acordo com ele, a meta é fazer pelo menos mais um exercício do tipo neste ano. “A ideia é explorar cenários com situações cotidianas que podem causar preocupação sistêmica.”

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